Adam Lambert Nosso ídolo pop
"Eu já sou rotulado como um artista gay.Não dá mais para ser diferente. Por isso,
escolhi não me preocupar mais com esse rótulo"
Se faltava ao universo da música pop um ótimo cantor, ousado, bonito, estiloso e gay assumido, Adam Lambert parece ter chegado para preencher com autoridade a lacuna. Nascido em San Diego, nos Estados Unidos, aos 28 anos de idade e já com dez de carreira, Lambert foi o segundo colocado na oitava edição do reality show American Idol, encerrada no mês de maio do ano passado. Alguém se lembra do primeiro colocado?
Pouco importa, já que Adam foi a sensação do programa: apresentou-se ao lado do Kiss, teve a oportunidade de ser Freddie Mercury por um dia, com direito a acompanhamento pelos músicos originais da célebre banda inglesa Queen, e recebe até hoje elogios rasgados do criterioso júri.
Não demorou para sua estrela brilhar ainda mais no universo do show business: foi capa da Rolling Stone, assumiu-se homossexual, assinou contrato com a Sony e lançou seu primeiro CD, For Your Entertainment. E o primeiro single, lançado no American Music Awards, rendeu ainda mais mídia e muita polêmica. Entusiasmado, Adam beijou o tecladista na boca e simulou sexo oral com um dos bailarinos durante a cerimônia de premiação. Inconformados com a performance, os mais conservadores atacaram, e uma série de cancelamentos em participações de programas de TV se seguiram.
No momento em que For Your Entertainment é lançado no Brasil, nosso novo ídolo pop conversou com exclusividade com a G Magazine sobre a carreira e a vida, assumida, sob os holofotes. Esbanjou simpatia e expressou vontade de conhecer nosso país. Esperamos que venha logo e nos brinde com toda a energia que lhe é característica.
O que o CD For Your Entertainment traz daquele Adam Lambert que conhecemos no American Idol?
Bom, eu faço música para entreter, gosto de ser sexy e de dançar. Isso também está no CD. Espero que as pessoas dancem, se divirtam e se sintam sexy.
Por que participar do reality show, mesmo com uma carreira de cantor e ator desde os dez anos?
Era uma oportunidade de fazer um trabalho mais profissional, com mais estrutura. Do modo que eu fazia antes, não tinha a oportunidade de fazer um trabalho mais do meu agrado. Adorei a ideia de poder fazer um trabalho mais criativo, tomando minhas próprias decisões. Além disso, eu gostei de poder me exibir na televisão, explorar as possibilidades que o American Idol oferece. E claro, ser visto em toda a América.
Quais são suas principais referências musicais e artísticas?
São muitas, especialmente o rock clássico. Não por acaso, foi com a música Bohemian Rhapsody, do Queen, que entrei no American Idol. Eu gosto de tudo o que eu cantei no programa, como 4 Non Blondes, Cher, Rolling Stones, Johnny Cash, U2, Tears For Fears, Kiss, Led Zeppelin, entre outros. E adoro Madonna e Michael Jackson. Adoro fazer o moonwalking.
Mas você era criança quando eles surgiram. E dos novos, de quem gosta?
Exatamente. Eu cresci ouvindo os dois. Nasci em 1982 e o primeiro álbum da Madonna é de 1985. (N.E.: Holiday, o primeiro álbum de Madonna, foi lançado, na realidade, em 1982). Mas, dos novos, eu amo a Lady Gaga. Ela é incrível!
Quem cria suas produções visuais, como maquiagem e roupas?
Agora, depois do American Idol, eu tenho pessoas para me ajudar. Sou eu mesmo quem decide sobre o meu visual, inclusive o dos shows e o das apresentações públicas.
Há alguma preocupação em não ser associado somente com um artista gay?
Não existe, porque eu já sou rotulado como um artista gay. Não dá mais para ser diferente. Por isso, escolhi não me preocupar mais com esse rótulo.
Sobre a polêmica apresentação do American Music Awards. Você ficou surpreso com as reações e críticas negativas de uma parte do público e de outros programas de TV?
Eu tentei não ficar chateado... Quando você começa a ficar famoso, o mundo se divide entre os que te amam e os que te odeiam. Aos que me amam, muito obrigado. É para vocês que eu canto. Aos que me odeiam, lamento...
O que aprendeu com o incidente?
Aprendi que é importante saber que nem tudo o que eu fizer vai ser excepcional, um sucesso. A performance pode ser boa hoje e não amanhã. Pode funcionar com o público de uma noite, e não de outra. Uma música pode fazer sucesso, outra não.
Como você vê a chamada “cultura gay” e alguns estereótipos quanto à música, roupa, comportamento?
Essa cultura existe, mas não é exclusiva para gays. Veja que artistas do mainstream também podem deixar os gays excitados. Sobre os clichês, não é que eu tente evitá-los, mas penso sempre em fazer um trabalho individual. Se vai dar um resultado gay ou não, não interessa durante o processo de criação.
O que conhece da música e da cultura brasileiras?
Não conheço muito, mas estou aberto para conhecer em breve. E fazer shows!
Assédio após a fama?
O assédio aumentou um pouco, mas não dá para saber se é por mim ou pela fama. Obviamente, eu recebo muito mais atenção do que antes. Antes, os rapazes gostavam de mim mais pelo que eu era por dentro. Agora, tem a fama, tem a produção, tem os shows. Mas a fama não muda as pessoas e eu espero que continuem gostando de mim pelo que sou, mas, enquanto eu for famoso, sempre ficarei na dúvida, cada vez que algum cara se aproximar...
Então, está solteiro?
Sim, estou.
Nós, brasileiros, temos alguma chance?
Quem sabe? (risos)
Então, conta para a gente o que um homem precisa ter para conquistá-lo.
Depende da pessoa, mas, provavelmente, inteligência, além de carinho e sinceridade. Eu gosto da dupla cérebro e coração. Também admiro a confiança. O contato visual também é muito importante. Um rostinho bonito ajuda...
Fonte: Gonline
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