Ativista gay é espancado até a morte em Uganda
"Isso ocorreu ontem (quarta-feira) por volta das 13h (hora local)", disse o advogado John Francis Onyango, referindo-se ao homicídio. Onyango afirmou que as investigações iniciais indicam que um homem invadiu a casa de Kato e atingiu-o na cabeça, antes de fugir. A polícia investiga dois suspeitos.
O grupo pelos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou que Kato morreu a caminho de um hospital local. A entidade sediada em Nova York cobrou que a polícia de Uganda "urgente e imparcialmente investigue o assassinato". O HRW pediu que a comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros de Uganda tenha proteção adequada contra a violência.
Após ser identificado pelo jornal Roling Stone, que acusou os líderes pelos direitos dos homossexuais em Uganda de "recrutar" jovens para a homossexualidade, Kato e mais duas pessoas processaram com sucesso a publicação. Também conseguiram que um alto tribunal impedisse toda a mídia de nomear os gays e ameaçá-los.
Kato criticava a lei contra a homossexualidade de Uganda. Caso essa norma entre em vigor, ela ampliará a lista de "crimes" puníveis relacionados a ser gay. A lei prevê a pena de morte para atos de "homossexualidade agravada". Atualmente, o código penal do país, como em muitas nações africanas, proíbe o "conhecimento carnal de qualquer pessoa contra a ordem da natureza". Uma tentativa de se cometer um ato sexual com um parceiro do mesmo sexo pode ser punida com sete anos de prisão. A consumação do ato pode resultar em prisão perpétua.
Muitos ativistas acusam pastores evangélicos homofóbicos dos EUA de influenciarem a aprovação de medidas mais duras contra os gays de Uganda. A pesquisadora do HRW em Uganda Maria Burnett disse que a lei deve ser anulada. "O presidente Yoweri Museveni deveria rejeitar categoricamente o ódio que está por trás dessa lei, e em vez disso encorajar a tolerância e as visões divergentes da sexualidade e proteger as minorias vulneráveis", afirmou.
fotos de gays foram expostas | Marc Hofer-03nov.10/AFP
O poder que tem um jornal, uma publicação quer seja impressa ou on-line, induz muitos a cometerem atos agressivos. No artigo do jornal ugandense Rolling Stone no ano passado com o título "Enforque eles", o nome de Kato foi um dos que apareceram. Após a publicação muitas pessoas relataram ter sofrido agressões por seus nomes terem sido publicados, Kato disse a TV CNN que temia por sua vida.
Amigos de Kato, que não quiseram ser identificados, disseram à agência de notícias Reuters que ele foi atacado com um martelo.
Human Rights Watch pediu uma investigação e que o governo de Uganda proteja os homossexuais da violência e do "discurso do ódio" que pode incitá-la.
Mais um assassinato brutal devido a homofobia que a Rádio Power Strike espera que seja realmente investigado.Por: Fernando do Vale
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